Capítulo 5: Coincidência

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Voltei para o hotel e dormir.

Acordei um pouco tarde e desci para a rua, fui a uma cafeteria.

- Um café simples, por favor. – Pedi a moça.

Se Dave estivesse aqui certamente me impediria de tomar esse café. “Café faz mal, Sam, que tal uma água? Um suco?” – Era exatamente o que ele me diria. Dave sempre tão presente em minha vida, meu pai.

- Seu café senhora. – A moça colocou um copo bem grande em minha frente. E eu paguei.

Fiquei olhando aquele café alguns minutos. Minha cabeça rodava, “Não beba Sam”.

- Posso? – Uma voz de homem, puxando a cadeira ao meu lado.

- Claro. – Disse sem tirar os olhos do café.

Continuei encarando o café sem beber. O homem que se sentou ao meu lado pediu um café, e começou a beber.

- Acho que vai esfriar se você não beber. – Ele falou, então olhei para ele.

Meu coração se agitou repentinamente, aquele frio na barriga, a maldita esperança começou a retornar. Aqueles olhos verdes, aquela boca, eu o conhecia.

- Não sei se devo.

- É só um café. – Falou com desdém.

- Não para mim... – Resolvi mudar o assunto. – Então... Você não é o Gerard?!

- Sim, prazer. E você?

- Samantha. Estive em seu show ontem. – Ele pareceu alegrar-se com minhas palavras.

- Talvez tenha te visto. – Ele deu um sorriso torto.

- É possível. – Falei o encarando.

- Não vai beber? – Ele falou apontando para o café.

- Dave não gostaria disso. – Disse, lembrando de meu pai.

- Seu namorado?

- Meu médico.

- Algo grave? – Os olhos dele se arregalaram.

- Sim, mas não é algo que gostaria de falar. – Disse voltando a olhar o café.

- Tem todo o direito. – Ele voltou a beber o café dele.

O silencio reinou por um tempo.

- Uma água, por favor. – Pedi a moça.

- Boa escolha. – Disse Gerard.

- Aqui. – A moça me entregou e eu paguei.

- Eu sei... Não tenho direito de decepcionar Dave por um capricho. – Falei olhando para ele e destampado minha garrafa de água.

- É verdade. – Olhei os olhos dele e dei um gole na água.

- Sabe... Seus olhos são lindos. – Disse o encarando.

- Não mais que os seus. – Ele levantou a cabeça e olhou em meus olhos. – São como piscinas, claros e profundos.

- Obrigado, acho que foi a única coisa que me restou. – Disse em um ar trágico.

- Não, você é linda. – Dei um sorriso, fraco, mas um sorriso.

Devia ser a primeira vez que eu sorria desde que descobri o meu prazo de validade.

Ele tinha me feito sorrir só por dizer que eu sou linda, eu realmente não sou, mas ele havia dito isso, meus olhos certamente estavam brilhando da maldita esperança.

Mas esperança não é algo que posso sentir! Nunca mais.

Peguei minha garrafa de água deixei o café no balcão e sai da cafeteria.

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