Capítulo 6: Companhia

domingo, 18 de dezembro de 2011

Gerard me seguiu, olhei par ele sem entender.

Ele colocou os óculos escuros.

- Se importa se te acompanhar?

- Por quê? – Parei de andar e olhei para ele.

- Eu gostaria de te conhecer. – Ele começou a andar enquanto eu ficava parada.

- Por quê? – Perguntei acompanhando os passos dele.

- Você esta sendo repetitiva, sabia? “Por quê?”, “Por quê?” relaxa um pouco. – Ele deu um sorriso.

Revirei os olhos e nada respondi, ele puxou uma carteira de cigarros e um isqueiro do bolso e colocou um cigarro na boca.

- Se importa? – Ele falou acendendo o cigarro.

- Me importo sim! – Peguei o cigarro da boca dele e joguei no chão. – Na verdade eu não posso chegar nem perto de cigarro, me faz mal.

- Oh Desculpe... Que cabeça a minha. – Ele deu uma tapa na testa. - Então é serio seu problema?

- É quase uma ironia você perguntar isso. – Andei mais rápido que ele.

Eu me sentia estranha, feliz, com o estomago revirando, a maldita esperança insistia em se espalhar pelo meu corpo por mais que eu a reprimisse. Não é justo comigo mesma isso acontecer novamente. Não é justo no fim da minha vida eu sentir amor. Amor não é para mim.

Será que meu sofrimento nunca vai acabar? Será que eu tenho que sofrer ate meu ultimo suspiro? Ate a última batida de meu coração? Não é justo Deus, porque você faz isso comigo?

- Seja sincero, Gerard, o que você quer comigo? – Eu virei para trás, e olhei para ele.

- Não sei ao certo... Algo em você aguça minha curiosidade.

- Algo em mim? – Perguntei sem entender.

- É... Não sei ao certo o que é, mas tem alguma coisa em você que é diferente para mim. Eu só queria descobrir o que é. – Ele falou pensativo.

Continuamos a andar.

- Você tem quantos anos? – Ele me olhou.

- 20.

- Tão nova. – Ele me olhou dos pés a cabeça.

Eu já estava cansada de ficar andando, então no primeiro banco que encontrei sentei-me.

- Cansou? – Ele perguntou.

- Um pouco.

- Sempre poucas palavras. – Ele sentou-se ao meu lado.
- Eu não sei nada sobre você. – Ele não pareceu não entender o que disse. – Quantos anos têm?

- 32.

- Acho que eu diria um pouco menos... Qual o seu maior sonho, Gerard?

- Vários dele se realizaram, a banda, o sucesso, os fãs. E o seu?

- Se realizou agora, fui ao show, estou conhecendo você. – Só falta o amor, completei mentalmente.

- E qual o próximo? Sabe... Nunca se deve parar de sonhar. – Ele falou enquanto eu bebia um gole da minha água.

- Eu não tenho mais tempo para sonhos, meu temo acabou.

- Por quê? – Ele parecia curioso.

- Não quero falar sobre isso.

Falar sobre meu tempo me faria chorar e eu não queria chorar na frente dele. Nunca.

À medida que ele ia falando comigo algo crescia em meu coração, não sei explicar o que, mas ele batia mais rápido e mais forte a cada instante.

- Tudo bem. Vai ao show hoje à noite?

- Não, o ingresso de hoje à noite esta esgotado.

- Eu posso te dar uma entrada, se você quiser é claro.

- Seria perfeito. – Me peguei sorrindo, novamente, para ele.

- Assim como você, seu sorriso também é lindo. – Ele aproximou-se mais da mim.

Algo ardia em meu peito palpitante, algo me corroia por dentro então ou olhava aqueles olhos. Eu não podia sentir amor, não no final da minha vida!

- Já descansei o suficiente. – Levantei rápido e tive uma tontura. Ele prontamente me segurou e me colocou sentada de volta no banco.

- Está tudo bem? – Pareceu preocupado.

- Sim, a pressão baixou apenas uma tontura.

- Quer que eu ligue para o seu medico?

- Não, ele não morar aqui, iria preocupá-lo sem motivos.

- Então quer que eu te leve ate o hospital, ou sua casa. – Ele falou tirando o cabelo do meu rosto e colocando atrás da orelha.

- Hotel. – Corrigi-o. – Mas não precisa não. – Não seria agora que eu morreria.

- Está tudo bem mesmo? – Ele ficou realmente preocupado.

- Sim estou ótima, foi apenas uma tontura. Já passou. – Lentamente me levantei.
Tontura era uma coisa normal para mim, minha pressão de repente baixava e causava a tontura, não é uma coisa que deva me preocupar.

- Estou preocupado com você. – Ele falou se levantando e segurando meu braço para me dar apoio.

- Não deve! Estou perfeitamente bem. – Dei um sorriso para ele e comecei a caminhar.

- Então quer ir buscar o ingresso comigo? – Ele caminhava junto a mim me apoiando pelo braço.

O toque das mãos quente dele em meu braço causava uma sensação boa em minha pele, um calor interno indo direto ao meu coração.

- Claro que sim, é muito longe daqui? – Talvez eu não conseguisse caminhar muito.

- Não, meu hotel é aqui perto.

Fomos lentamente caminhando e por diversas vezes ele perguntava como eu me sentia. Quando chegamos ao hotel dele me deparei com um hotel incrivelmente elegante. Ele estava hospedado no 7º andar.

- Gostaria de entrar? – Ele falou dando passagem.

- Claro! – Passei por ele e entrei.

Um quarto grande, uma cama enorme, duas poltronas, televisão de plasma, uma varanda ao fundo e uma vista incrivelmente linda.

- Sente-se. – Ele apontou uma das poltronas.

- Obrigado. – Sentei-me.

Ele se dirigiu ao guarda-roupa e abriu uma das portas, em uma gaveta ele puxou algumas pulseiras.

- Tem alguém que queira levar? – Ele me encarou.

- Não, apenas eu.

- Tem certeza?

- Sim, não conheço mais ninguém na cidade.

Então ele puxou apenas uma pulseira e se dirigiu a poltrona a minha frente.

- Gostaria muito que você fosse. – Ele me entregou uma pulseira.

- Eu irei. – Peguei a pulseira. – Agora vou ao meu hotel.

- Posso te acompanhar, para o caso de você sentir tontura... – Eu o interrompi.

- Eu estou ótima.

- Mesmo assim, posso te acompanhar?

- Claro.

Andamos até o meu hotel, que não era distante.

Era humilhante a chegada dele ao meu hotel, o hotel dele é totalmente luxuoso o meu é apenas um hotel barato.

- Não tenho certeza sobre sua tontura, devo acompanhá-la ate seu quarto.

- Tudo bem.
Ele me acompanhou ate a porta do meu quarto.

- Obrigado, Gerard foi ótimo conhecer você.

- Eu digo o mesmo.

- Tchau!

- Até mais tarde. – Ele me corrigiu. – Você vai ao show, certo? – Ele piscou e deu um sorriso.

- Estarei lá. – Eu não conseguia desviar dos olhos verdes.

E ele foi embora.

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